O poder da palavra - "Edifício Master"
Lendo um trabalho de Consuelo Lins – a idealizadora deste documentário, aliás –, aprendi bastante sobre Eduardo Coutinho e pude comparar com pouco que sabia e que reparei nesta película.
O documentário de Coutinho é notoriamente a arte de filmar a palavra em ato, pura e sincera (ou algo muito próximo disso) de seus protagonistas: figuras geralmente interessantíssimas, que nos brindam relatando, emocionados, fragmentos de suas vidas. É deslumbrante, pra mim, o simples ato de sentar e escutar uma pessoa relatar, de coração aberto, sua história, seus momentos ou mesmo suas frustrações. Também por isso fiquei extasiado enquanto admirava esta obra.
Um documentário, quando bem feito, é fascinante. É preciso, no entanto, muito cuidado para lidar com o gênero. A linha entre o insuportável e o inebriante é tênue. Coutinho, porém, consegue extrair o máximo de seus entrevistados
A menos que esteja redondamente enganado, identifico com clareza o cinéma verité (cinema-verdade), à medida que autor se propõe a mostrar o deslocamento da equipe ou ainda quando se preocupa em expor justamente o que fora perguntado. O que em nada compromete a estrutura cinetográfica final. Pelo contrário. Eis a “verdade da filmagem”, surgida na Europa.
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