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domingo, 29 de novembro de 2009

Lua Nova

Pois é! Eu paguei pra ver esse filme. Sou daquele tipo de cinéfila quase sem preconceito e para falar sobre alguma coisa temos que conhecê-la (mesmo tendo aquele sentimento profundo de que pode ser uma merda), então aqui estou. Pra quem não sabe, Lua nova é a continuação da saga vampiresca iniciada em Crepúsculo (2008), se tornando a mais nova febre entre o público (juro que não sei a faixa de idade que colocarei aqui, pois já vi criança, adolescente, adultos e idosos fãs), desde Harry Potter. A série tem 4 livros, sendo que dois deles já viraram filme.

Em Lua Nova encontramos a protagonista Bella (Kristen
Stewart) ansiosa para completar seus 18 anos e ser dona do seu próprio nariz. Edward (Robert Pattinson) o vampiro-namorado que até então está absolutamente apaixonado, resolve se afastar e sumir da vida da moça, que consequentemente entra numa depressão tenebrosa. A menina passa o filme inteiro sofrendo e tentando se destruir, pois não aguenta a dor de estar longe do amado. Paralelamente, temos os "inimigos" dos vampiros, os lobos, se aproximando de Bella e sendo seu único consolo para tanta solidão. Eu poderia dizer que este é o único acontecimento do filme, porque ele não tem absolutamente mais nada pra mostrar. Para agravar minha irritação, Bella é retardada e demora muito tempo pra descobrir que seu amigo Jacob (moreno, alto, bonito e sensual) é um lobo. No fim (tão esperado) do longa, a protagonista perturba seu namorado até não poder mais, tentando convencê-lo de transformá-la em vampira também. Mas isso fica para um próximo filme.

Depois de assistí-lo, compreendi melhor o motivo das pessoas serem tão apaixonadas pela saga. Ela trás à tona toda aquela fase depressiva da vida dos adolescentes que sofrem por amor e acham que o fim do mundo está próximo por causa disso. Uma pena é o exemplo de que se destruir ou se matar irá resolver todos os problemas. Me preocupa saber que muitos jovens (ou nem tão jovens assim), podem seguí-lo na vida real.

A trilha sonora, por incrível que pareça é boa e conta com o brilhantismo de Thom Yorke, Muse e The Killers. Outra coisa aproveitável, é uma cena com um efeito à lá "bullet time", popularizado em Matrix, que dá um glamour na estética do filme. Fora isso, não há mais nada para ser dito. Se ainda persistir a curiosidade de assistí-lo, só digo uma coisa: Boa sorte.

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sábado, 28 de novembro de 2009

500 dias com ela

00000000000000000000000000000000000000000000000000000000Divulgação

Finalmente assisti, em meio à balbúrdia juvenil – ainda que a sala estivesse vazia –, a 500 dias com ela ((500) Days of Summer, 2009), o longa de estréia do diretor Marc Webb. Este é, sem dúvida, o relato mais fiel do ciclo amoroso já presenciado por mim. O diretor toca em questões importantes dentro de uma relação.

Webb opta por um humor refinado, à medida que prioriza o textual (em claro detrimento do gestual, comumente explorado nos besteiróis americanos do gênero) para fazer graça – embora esta seja uma fórmula arriscada e, talvez, menos eficaz, dada a mínima exigência de recepção do público. É uma louvável fuga ao lugar-comum. Aqui está, portanto, um filme de comédia com conteúdo. Acreditem.

Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) é um jovem à procura de seu verdadeiro amor. A assistente de seu chefe, a exuberantemente linda Summer Fin (Zooey Deschanel) parece sê-lo. No entanto, Tom vive agruras para chegar à quista estabilidade.

Devo destacar uma passagem genial da trama, quando a tela é dividida em: expectativas x realidade – do protagonista, Tom, em relação a um momento pelo qual passará com Summer. Bela (e real) sacada do diretor, que me remete a uma citação igualmente formidável: “A idealização está sempre condenada a produzir frustração e desencanto”.

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Caramelo

Caramelo (2007) é um longa libanês/francês, dirigido por Nadine Labaki, que também atua como protagonista.

Além de ser título do filme, o doce feito de limão, açúcar e água é usado para depilação no salão onde as cinco mulheres abordadas na história se encontram. Cada uma delas tem sua particularidade. Layale é amante de um homem casado e espera que ele deixe sua esposa para ficar com ela, Nirsine é mulçulmana e irá se casar, porém não é mais virgem, Jamale não sabe como enfrentar a velhice, Rose abdica a sua vida para cuidar de sua irmã mais velha e Rima sente atração por mulheres.

Todo esse mundo feminino é tratado com sutileza e com lindos tons em sépia na fotografia. A beleza está nos mínimos detalhes, onde as palavras não precisam ser ditas para que a situação toda seja entendida. Isso acontece algumas vezes no longa, deixando-o muito mais interessante. São metáforas usadas que trazem um brilhantismo na direção de Labaki. Os atores não são profissionais, mas isso não diminui em absolutamente nada a sua qualidade.

Um filme sensível, com histórias simples e que diz tudo através das suas imagens delicadas e seus cortes feitos sob medida. Explora tudo que há de belo na vida comum das mulheres e mostra seus problemas sem julgá-las. Pura beleza.

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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

E a estrada levou... - "Revolutionary Road"

Atuações superestimadas – Kate Winslet venceu Oscar® e Di Caprio foi indicado –, pouco convincentes, irregulares. Roteiro confuso. Filme arrastado. Eis Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, 2008), baseado em best-seller de Richard Yattes, dirigido por Sam Mendes (Beleza Americana), indicado para três Oscar® e aclamado pela crítica.

Desta vez, o entrosado casal do ótimo Titanic não casou. A menos que observemos sob a ótica da oscilante e intermitente interpretação de ambos. Mesclam (raras) cenas dignas de grandes atuações no cinema com outras pífias – mais comuns.

E, por fim, a Revolutionary Road liga nada a lugar nenhum. Com escorchante pedágio, diga-se.

diHITT - Notícias

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sábado, 21 de novembro de 2009

Closer - Perto Demais

Por sorte, ultimamente tenho sido surpreendido com uma constância inesperada. A obra a ser tratada, por certo, figura entre as surpresas supramencionadas.

Closer foge completamente ao gênero a que se intitula pertencer. Está distante das comédias românticas rasas expelidas – com deplorável freqüência – por diretores e roteiristas tão medíocres quanto seus registros cinematográficos.

A obra, dirigida por Mike Nichols – detentor, não por acaso, de quatro das maiores premiações possíveis: Grammy, Oscar, Tony e Emmy –, exige muito além da descontração contumaz em trabalhos do gênero. Diálogos inteligentes, inquietantes e sarcásticos norteiam Closer – Perto Demais. O diretor alemão ainda ensina como se faz uma obra que aborda (e muito) o sexo – tendo, inclusive, uma personagem stripper – sem que se recorra a apelações. Para que possam mensurar aqueles que ainda não apreciaram a obra em questão: durante os 58 min. de exibição, não vemos nada além do que geralmente vemos em praias da cidade – excluem-se, aqui, de modo óbvio, praias de nudismo ou mesmo aquelas onde é liberada a prática do topless. Nichols prima pela sensualidade e acerta – hão de convir que melhor do que mostrar deliberadamente é o charme de, sensualmente, omitir.

Mike Nichols acerta, ainda, na escolha dos quatro protagonistas. Atuações impecáveis de Jude Law, Júlia Roberts, Clive Owen e Natalie Portman.

Por fim, há de se notar, obrigatoriamente, o que sugere, não à toa, a capa do filme. Todos os personagens com metade da face revelada apenas. Mais uma vez recorrendo às profundezas do auge da minha ignorância, entendo que estes lados não relevados, portanto obscuros, são pedaços incognoscíveis, sobretudo dos próprios detentores destes que vão, pois, à procura da metade de SUA (licença para o grifo, mas se não atentarem para o pronome minha opinião aparentará óbvia, quiçá juvenil, demais) própria face, antes de tudo, em um longo e ininterrupto exercício de autoconhecimento. A instabilidade (inerente à raça humana, creio eu) dos personagens sustenta o meu delírio.

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

2012

Divulgação
Muito embora a rua Santa Clara tenha afundado, a Rio-Teresópolis deslizado terra e três vigas despencado no Trecho Sul do Rodoanel em SP, o filme do apocalíptico Roland Emmerich (O Dia Depois de Amanhã, 2004) não consegue ser minimamente crível - se é que havia tal pretensão. Ainda assim, o que se vê ao longo dos 158 min., agrada.

Dentro do que se propõe, 2012 é fantástico. Do ponto de vista técnico, a obra de Emmerich é perfeita - afora algumas mudanças de qualidade de câmera substanciais, já ao final da obra. Efeitos especiais cada vez mais sofisticados. Impressionantes. Surreais.

Para engrandecer a obra, o elenco ainda conta com a bela Amanda Peet. O sósia de Paul McCartney, John Cusack, é o protagonista do longa.

Há de se ter a noção de que 2012 não foi feito para ser levado a sério. Como registro histórico não tem o menor valor. Se baseia no calendário maia para criar mais um longa catastrófico que vende - e muito! É uma superprodução e, como tal, tenciona o lucro e nada mais. No entanto, com certeza há a corrente dos que acham plausíveis a idéia do filme.

A apocalípticos e integrados (Umberto Eco, 2006), porém, só resta a angústia da espera. Até lá, por via das dúvidas, aproveitem a vida.

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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A novidade da estação - "Besouro"

A temática enfim e, por incrível que pareça, mudou. por isso já mereceria todo júbilo. Besouro é decerto diferente de tudo já visto por aqui - atentem: digo isso no ápice da minha ignorância cinematográfica (leia-se ínfimo repertório), admito. Portanto, se porventura eu estiver falando alguma sandice, me corrijam.

Nosso país tem uma história abundante. É entristecedor constatar, portanto, que nos limitemos a explorá-lo sob a ótica do maniqueísmo, da apelação sexual e, vez ou outra, de um longa cabeça.

Conquanto explorada a esmo em telenovelas, a escravidão na grande tela creio não ter sido tratada. Bem como o candomblé e menos ainda a belíssima história da capoeira - a genuína arte afro-brasileira. E é notável que esta o diretor estreante João Daniel Tikhomiroff tratou com propriedade.

Besouro é ousado - arrisca-se através de efeitos especiais nunca vistos em terras tupiniquins. Ainda que alguns deles primários, é verdade. Como os vôos do protagonista. Dada a esta condição de primariedade, teria sido mais interessante 'cortar as asas' do personagem. As lutas, por exemplo, são mais eficazes, verossímeis e bem-feitas. Tudo dirigido por Huen Chiu Ku, o mesmo coreógrafo de Kill Bill e O
Tigre e o Dragão.

Atuação destacada tem Irandhir Santos (Viajo porque preciso, volto porque te amo), ator pernambucano, na pele do vilão Noca. Soberbo. Fascinante. Fantástico. A canção-tema é assinada pelo não menos incrível Gilberto Gil. A fotografia também merece menção. Preserva todas as belezas atordoantes das regiões baianas. Pano de fundo imprescindível.

Dado o primeiro audacioso passo para o 'novo', a indústria cinematográfica nacional parece querer despontar. Para tanto, basta que o povo - razão maior para a produção - compre esta briga. Desola notar a irrisória presença de público em filmes nacionais - é bem verdade que sempre opto por horários alternativos para a apreciação, mas, ainda assim, até então não li nada significativo no que diz respeito à arrecadação da obra do publicitário Tikhomiroff. A grande produção Lula, O Filho do Brasil vem aí e espera-se contar com a força deste povo que concede a este presidente a maior popularidade entre os presidentes, desde a redemocratização, segundo apontou outrora uma pesquisa da Folha de S. Paulo.

Paro por aqui, afinal este blog pretende-se algum laconismo. O que não foi alcançado. Não desta vez.

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