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sábado, 20 de fevereiro de 2010

O Auto da Compadecida

Divulgação
O Auto da Compadecida, de Guel Arraes, pertence àquele seletíssimo grupo dos filmes que estão à altura das obras nas quais foram inspiradas. Conhecido, muito também, por estar à frente de A Grande Família, o seriado de maior sucesso da Globo, Guel se notabilizou por ter êxito em suas empreitadas. Criou célebres programas como TV Pirata e A comédia da vida privada e seu remake de A Grande Família chega, com sobras, à nona temporada elevando Guel ao rol de grandes diretores deste país.

Guel faz uso de uma técnica quase infalível - o que, em nada, diminui seu valor: cerca-se de atores de incontestável talento para que comece a revelar toda a sua destreza na direção. Aqui, é indispensável que mencione boa parte deste elenco para que possamos mensurar com nitidez. Matheus Natchergaele é João Grilo, Selton Mello é Chicó, além de Diogo Vilela, Denise Fraga, Lima Duarte, Marco Nanini, Fernanda Montenegro, Rogério Cardoso, Bruno Garcia etc. A julgar por este elenco de estrelas, imagina-se ser o restante (adaptação, direção...) fácil. O engano está aí. Basta lembrar da obra prima originária, escrita por Ariano Suassuna, que nos faz gargalhar sem que faça uso de qualquer tipo de ilustração - saliento pois estamos cada vez mais reféns da imagem. Sua arma é somente o (brilhante) texto, sobretudo para fazer suas críticas veladas e perfeitamente direcionadas.

Fazer algo à altura de O Auto da Compadecida era tarefa quase impossível. Impensável, dada a autossuficiência do livro de Suassuna. Até que Guel Arraes teve a petulância de tentar e voilà...conseguiu. Este verdadeiro feito lhe rendeu premiações, como a de melhor diretor, melhor roteiro adaptado (aqui com Adriana e João Falcão), além de prêmio do público em Miami, no Festival de Cinema Brasileiro.

É comum ouvirmos reclamações - justas, por sinal - acerca da disparidade de obras, quando adaptadas de um livro para o cinema. Muitas, inclusive, são inadaptáveis. Neste caso exepcionalmente, porém, não há esta diferença. Muito pelo contrário. As duas obras são igualmente indispensáveis.

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

NINE

Sempre tive uma resistência a musicais. Mas de uns anos pra cá venho amolecendo esse meu coração duro e dando a chance de pelo menos assisti-los. E nada como o mais famigerado musical do momento para me convencer de sair de casa e ir ao cinema.

Nine é o novo musical de Rob Marshall (Chicago) com um elenco incrível: Daniel Day Lewis, Ka
te Hudson, Nicole Kidman, Penélope Cruz, Marion Cotillard e até Sophia Loren. Devo confessar que fui assisti-lo com a única informação: "Um musical com a Penélope Cruz". Não sabia sobre o que se tratava, mas logo nos primeiros 20 minutos reconheci ali uma história familiar.

Baseado num musical da Broadway, Nine é inspirado pelo filme autobiográfico de Federico Fellini, Oito e Meio, e conta a história de Guido Contini (Daniel Day-Lewis), um famoso diretor de cinema que perde a criatividade no meio de uma crise e procura conforto nas mulheres de sua vida: a esposa (Marion Cotillard), a amante (Penélope Cruz), a atriz que é sua musa (Nicole
Kidman), sua melhor amiga e figurinista (Judi Dench), uma jornalista (Kate Hudson), uma prostituta (Fergie) e sua mãe (Sophia Loren).

Entre as atrizes o destaque fica para Marion com sua beleza e atuação hipnotizante, não podendo deixar de lado Fergie por ter me surpreendido e se superado na cantoria. Kate Hudson que nunca me chamou atenção está deslumbrante. Já Penélope que foi o grande motivo da minha ida ao cinema fez seu papel muito bem e estava muito bonita, porém me deixou
com a sensação de que seus últimos papeis parecem ser a mesma personagem.

As coreografias e o figurino não decepcionam, assim como a fotografia. Já as musicas que são a chave para um bom musical tem seus altos e baixos. Em algumas canções eu torcia para durar mais do que deveria, já
em outras desejava um controle remoto para pressionar o fast forward.

Dos números apresentados no filme (fica difícil escolher um só), destaco três: Marion em "Take It All", Fergie em "Be Italian" e Kate Hudson em "Cinema Italiano".

Nine está concorrendo ao oscar por Melhor atriz coadjuvante (Penélope Cruz), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Canção Original (Take it All). Agora só nos resta esperar.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

As Horas

As Horas (2002), dirigido por Stephen Daldry é um drama que conta com um elenco de peso: Nicole Kidman, Juliane Moore, Meryl Streep e Ed Harris. Além de chamar atenção pelos atores envolvidos o filme é maravilhoso.


Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro "Mrs. Dalloway". Em 1923 vive Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e idéias de suicídio. Em 1949 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com Aids e morrendo.

Nicole está irreconhecível com o seu nariz postiço, mas este truque funciona muito bem com o objetivo de deixá-la mais parecida com a verdadeira Virginia Woolf, Juliane está intensa e dramática e Meryl Streep fabulosa (como sempre).

Um detalhe que não pode ser esquecido é a montagem. É maravilhosamente bem feita, se tornando um dos grandes fatores responsáveis pela complexidade do filme. Trilha sonora comove exercendo seu papel com êxito, assim como o roteiro dono de frases que cortam o coração.

Não ligue se quando o longa acabar você ficar com a sensação de que algo não foi compreendido. Demorei alguns dias para escrevê-lo aqui, pois estava ruminando a história. Mas depois de completamente entendido, percebi o maravilhoso drama que Daldry realizou.

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