Sucinta Crítica - Melhor visualizado no Internet Explorer

Assinar
Postagens [Atom]

 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Avatar



Por eu ter uma simpatia por personagens azuis e por ser o novo filme de James Cameron (Titanic, 1997), Avatar não poderia deixar de ser visto por mim. Com tecnologia de ponta, nos deparamos com belos efeitos de encher os olhos d'água e uma história simples.


Jake Sully (Sam Worthington) é um soldado paraplégico selecionado para fazer parte de um programa de colonização de Pandora – um planeta onde moram os nativos Na’vi. Como a atmosfera do lugar é hostil aos seres humanos, são criados avatares para se infiltrar entre os nativos e, assim, dar início à retirada de um minério que os terráqueos querem usar como fonte de energia.

O filme mescla realidade com ficção tão bem que você por um momento (ou vários) realmente acredita que é possível existir seres azuis de 3 metros. Quando vemos os atores em seu formato de Avatar (azul e gigante), conseguimos distinguir perfeitamente de quem se trata pelos traços similares, além da atuação e expressões corporais serem fiéis. Isto tudo é possível graças ao sistema de motion capture. Este sistema captura os movimentos do ator que usa uma roupa com sensores. Com isto, os personagens digitais conseguem reproduzir o movimento exato referente a realidade. (esta tecnologia foi usada em filmes como O Expresso Polar e O Senhor dos Anéis).

Outra coisa fantástica de Avatar é a criação de Pandora. Os Na'vi tem um mundo próprio com plantas, animais, comportamentos, rituais e idioma. Com este mundo fictício o diretor consegue deixar os espectadores extasiados com a fotografia maravilhosa. As cores são vivas e fluorescentes, contrastando perfeitamente com os seres azuis.

Quanto à história vale ressaltar que além do romance há outras coisas para se observar. James Cameron nos alerta sobre como somos gananciosos e não nos importamos em destruir seja quem e o que for para nosso interesse. Uma frase que gostei muito do filme é quando um dos Na'vi se refere aos humanos: “Eles destruíram sua própria mãe..." (referindo-se a mãe natureza)


Espero que as pessoas tenham um pouco de consciência e não permitam que a natureza seja completamente destruída como aconteceu no filme. Espero que a ficção continue sendo ficção daqui a alguns anos.

Marcadores: , , , ,

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Desembarque obrigatório


Concordo plenamente com Ricardo Calil quando diz: "Overdose de filmes nacionais é problema, não solução". No entanto, nem o mais sóbrio dos cenários resistiria a Embarque Imediato, de Allan Fiterman. A (dita) comédia lembra o pior (tem melhor?) da comédia americana, repleto de piadas pueris e batidas além de situações ridículas - como é possível imaginar ao reparar a imagem responsável pela ilustração deste post.

Muito embora toque em questões pertinentes, como o "destino" de nossas vidas e o fascínio de boa parte dos brasileiros em ir - muitas vezes sem saber o por quê - aos Estados Unidos da América, o que se vê não agrada. É claro que este encantamento se explica à luz da "dominação" - aculturação - cultural americana (através de filmes, livros - menos -, músicas e até mesmo os heróis) a que somos submetidos, desde sempre. Querem, sabe-se lá por que, ir à Disney, Nova York. A Europa, por exemplo, não tem tanto prestígio por aqui - se comparado aos EUA, claro.

O ponto alto do filme, como não podia de ser, é a interpretação sempre natural, fácil e à vontade da formidável Marília Pêra, aliada ao talentoso Jonathan Haagensen -oriundo da companhia teatral Nós no Morro. José Wilker, embora ótimo, parece se repetir a cada filme.

Ao embarcar neste vôo de 90 minutos, a impressão que se tem é a de não haver, em momento nenhum, a decolagem. Infelizmente, este aeroporto não admite reembolso.

Marcadores: , , , , , ,

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Atividade Paranormal

A primeira afirmação que tenho a fazer sobre Atividade Paranormal é que ele é dono de um dos trailers mais enganosos de todos os tempos. Eu, medrosa que só vendo, me obriguei assistir o filme de terror mais falado do momento. Depois de toda a divulgação na tv e principalmente na internet e com um orçamento de apenas US$ 15 mil, me empolguei e fui assistir o longa do estreante Oren Perli. O filme é muito simples, isso é uma vantagem quando se sabe usá-la.

A história se passa toda dentro de uma casa (enorme por sinal), onde mora um casal. Micah, é um cara com um senso de humor exagerado e super desprendido de qualquer crença religiosa. Katie é uma mulher doce e muito paciente, que aguenta seu marido irritante com suas piadas impróprias, além de ser perseguida por uma força macabra, esta que deveria ser o terror do filme. Incomodados com esta energia estranha que os perseguem, o brilhante Micah resolve filmar a vida deles dentro da casa, inclusive enquanto estão dormindo. O que prende a atenção do espectador no longa é justamente essa tensão de que alguma coisa aconteça, porque fora as cenas finais, fica parado e chato.

Tecnicamente é feito à lá Bruxa de Blair, com cameras oscilantes e móveis. É mais uma prova de que uma ideia na cabeça e uma camera na mão é o suficiente para se fazer um filme. Enganar todo mundo dizendo que é baseado em uma história real também funciona.

Não sou fã de terror e queria dormir em paz após assistí-lo, mas no quesito "assustar as pessoas" Atividade Paranormal falhou. É puro marketing. Acabei de vê-lo com a sensação de que fui profundamente enganada.

Marcadores: , , ,

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O Céu de Suely

Reprodução

Repleto de sutilezas, o filme dirigido por Karim Aïnouz e produzido por Walter Salles, relevou-se grata surpresa a mim. A película aborda a trajetória de Hermila, uma jovem cuja vida oscila constamente em tons figurados tão logo regressa, com seu filho recém-nascido, à casa de sua família, em Iguatu, interior do Ceará.

O Céu de Suely (2006) é pura arte e assim deve ser observado, sob pena de redução de tal produção à sua mera história ou, pior seriam, rótulos - com os mais vazios adjetivos possíveis. Não cabe aqui, tampouco a mim, delatar tais sutilezas. Este não é meu papel.

A lamentar, no entanto, cenas desnecessárias de sexo, mostradas sem o menor pudor. É bem verdade que a protagonista acaba por se prostituir, mas já vimos aqui como é possível abordar a profissão sem fazer apelo desta natureza. Este me parece o único problema do filme.

Não à toa, Céu de Suely venceu os prêmios de melhor filme, melhor diretor e melhor atriz (Hermila Guedes) e deve ser visto - sob as condições supramencionadas.

Marcadores: , , , ,

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Bosta antiga

Reprodução
Bossa Nova (2000), se quisesse, seria a crítica mais concisa entre todas escritas aqui até então. Bastariam alguns caracteres para defini-lo por completo. Em outras palavras, e a fim de que esta geração possa mensurar, um "post" (?) de 140 grunhidos possíveis no Twitter seria suficiente.

O filme dirigido por Bruno Barreto (mesmo diretor do ótimo O que é isso, companheiro?, 1997) não passa, em nenhum momento, de uma exaltação surrealista da cidade do Rio. É bem verdade que o movimento, nascido no fim da década de 50, também se propunha a isso. Não há uma ambiência sem um ponto turístico carioca destacado ao fundo. O luxo dá o tom à exaustão.

A redução deste país, caracterizado justamente por sua louvável miscelânea, a exaltações insustentáveis e irreais, tais quais cenários de guerra ininterrupta, me parece abominável. Há de se ter, como em tudo na vida, equilíbrio. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

As atuações são tão frágeis quanto o enredo - muito embora disponha de atores como Antônio Fagundes, Alexandre Borges, Rogério e Pedro Cardoso, os quais têm seus lampejos ao longo da peça cinematográfica. É uma comédia com parcos momentos de riso. Por fim, e para piorar, muito dos 95 minutos de duração, somos submetidos à lingua inglesa - em geral, da pior qualidade possível.

Marcadores: , , , , , ,

domingo, 6 de dezembro de 2009

Do Começo ao Fim


Homossexualismo e incesto. Tudo que o diretor Aluizio Abranches, precisava para criar polêmica no seu terceiro longa metragem. Do Começo ao Fim, não é só isso. É sobre amor, “que para ser entendido é preciso que o mundo vire do avesso”. O filme é muito sensível e conta a história de dois irmãos que criam um laço muito peculiar entre eles. Filhos de pais diferentes, Thomas e Francisco crescem e se tornam um casal. Depois de adultos e órfãos de mãe, Thomas recebe um convite para nadar na Rússia, mas com isso ele terá que deixar seu irmão-namorado no Brasil.

Um tema incomum no cinema brasileiro que merecia ser um grande sucesso. Eu particularmente estava ansiosa pela estreia e fui correndo assistir. O longa tinha tudo pra dar certo: uma história maravilhosa, bons atores, duas cidades de pano de fundo fantásticas (Rio de Janeiro e Buenos Aires), mas não deu.


Pra começar a montagem é composta de fades, um atrás do outro. Com isso, o filme ficou dividido em blocos, como se fossem capítulos perdendo assim sua continuidade, detestei. Algumas cenas ficaram perdidas e fora de contexto, mesmo sendo necessárias para dizer algo. Como por exemplo, quando ainda crianças, o pai de Thomas briga com ele e Francisco o defende, dizendo que cuidará dele para sempre. Esta cena marca uma nova fase, como se estivesse assumido ali o relacionamento dos dois. Mas ela é colocada de uma forma que parece não significar quase nada dentro do filme, fica perdida entre outros cortes aleatórios. Outro aspecto que me incomodou, foi o de não ter sido explicitado nenhum tipo de discussão sobre a sexualidade ou sobre o rumo do relacionamento dos dois. Temos uns questionamentos da mãe, umas três vezes e depois existe a omissão dos pais em relação aos dois. Acredito que o diretor exagerou na história de amor sem mostrar como foi que ela se deu. Achei os diálogos fracos. A música que embala o filme é irritante e parecia estar ali para apelar por uma emoção que não existia. Não colou. E mesmo com todo o meu apoio ao tema, aos atores, aos personagens e a história, fiquei decepcionada com o resultado final da produção. Uma pena.

Marcadores: , ,