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sexta-feira, 31 de julho de 2009

A Ponte

A ponte (The Bridge, 2006) é um importante e belo registro documental, dirigido por Eric Steel (Shaft, 2000), acerca do lado desconhecido de uma das mais famosas pontes do mundo: a Golden Gate Bridge (detalhe), situada em São Francisco, CA/EUA e retratada a esmo em filmes hollywoodianos.

Esta, que é tida como uma das sete maravilhas do mundo moderno (pela sociedade americana de engenheiros civis), é também o lugar mais procurado por pessoas que decidem findar suas vidas.

Ao contrário do que se imaginou, o diretor não se limitou a mostrar seguidos suicídios. Teve a preocupação em colher depoimentos – ainda que muitas vezes confusos por serem sobrepostos - de familiares, amigos, conhecidos (até mesmo de pessoas que tentaram, sem sucesso, o suicídio) para tentar elucidar as razões que motivam um suicida a cometer tal atrocidade consigo. Alguns até demonstravam saber “lidar” com a morte. Ledo engano. Este é mais um ponto importante na obra documental: por vezes achamos que sabemos lidar com a morte. Só tomamos conhecimento do contrário quando ela, de fato, ocorre. Este tema, indubitavelmente, é um tabu da nossa sociedade.

A ponte é um documentário bem editado – salvo pelos confusos depoimentos supracitados –, bem finalizado, profundo e muito bem acompanhado por uma melancólica trilha sonora.

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A ante-sala do inferno - "A caminho de Guantánamo"

O [merecidamente] premiado A caminho de Guantánamo (The Road To Guantánamo, 2006), de Michael Winterbottom e Mat Whitecross, é assustador da capa ao último segundo de projeção. Escolha acertada para apresentar-nos o terrível e inédito relato de três muçulmanos britânicos, que são mantidos por dois longos anos na prisão mais famosa do mundo, sem qualquer acusação ou prova – nada mais comum no longo e lastimável governo Bush.

Guantánamo é apresentado a nós sem a contumaz, execrável e superficial maquiagem. Assim, as torturas (desmentidas nos grandes meios pelos causadores) são mostradas tal qual sistematicamente acontecem até que se consiga (ou não) uma coagida declaração.

Assistir ao [ora dramatizado] documentário é exercício obrigatório a todos! Incomoda – e muito –, mas cumpre plenamente seu dever e por isso é premiadíssimo. Com louvor – e com minha modesta indicação.

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