O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias

Mauro é uma criança tipicamente brasileira, i.e., fanático, aficionado por futebol que, por conta da ditadura, perde seus pais, exilados, temporariamente. Vale alinhavar aqui: apesar da ditadura, o país parecia incólume, dado que respirava o Mundial do México.
A primeira frase da obra é emblemática: “...O goleiro fica sozinho, esperando pelo pior.”
Não obstante o ritmo moroso, tal qual o cinema europeu, O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias não chega a cansar. Pelo contrário, quando se aproxima disto, eis que tem início a Copa do Mundo de 70 – mais um tema abordado na obra, com preciosas imagens da vitoriosa trajetória brasileira no torneio. O que marca a linha do tempo, aliás, é a Copa do Mundo.
Há de se lamentar o desnecessário (e demasiado!) hebraico, sem legenda!, proferido por alguns personagens ao longo da trama. Ininteligível.
Uma cena que merece destaque é uma onde o pequeno Mauro, jogando futebol de botão, retira o goleiro da meta. O diretor Cao nos parece pontuar: o goleiro, que no início esperava sozinho, agora não mais espera – nem mesmo pelo pior.
O longa conta também com participações ilustres, como as de Caio Blat, Liliana Castro e do falecido Paulo Autran.
O premiadíssimo filme de Cao Hamburguer é sensível e merece destaque. Vale o seu tempo.
Marcadores: 2006, cao hamburguer, o ano em que meus pais saíram de férias
1 Comentários:
Esse filme é pura poesia.
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