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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tristeza chega ao fim

SEGUNDO CADERNO (28): Para ler a coluna, basta clicar na imagem

Tiro, com prazer, mais alguns minutinhos para postar a conclusão da lista de filmes do Arthur Xexéo: 10+, gênero drama. Para minha surpresa, a obra cinematográfica que findou a relação (não vou contar pra não estragar a leitura) tenho em casa há algum tempo, mas ainda não tive oportunidade de ver.

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No último final de semana assisti Se Beber, Não Case e Distrito 9. Não gostei de nenhum. O primeiro já foi muito bem abordado pela Vanessa, com a qual coaduno quase completamente (nesta análise especificamente), portanto não há necessidade de reescrever. Sobre o segundo, talvez escreva. Dependo da minha (exígua) memória. Por ora, fiquem com a deliciosa leitura da coluna do Xexéo.

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Tristeza não tem fim - por Arthur Xexéo

SEGUNDO CADERNO: Para ler a coluna, basta clicar na imagem

Peço licença a incrível Vanessa para destoar - talvez - o propósito deste espaço onde ela tem reinado absoluta e com destreza - percebam: não faço aqui uma crítica, muito pelo contrário. Tenho o maior prazer em ler e aprender mais sobre os meandros do cinema. E, vez ou outra, dar meus palpites.

Reproduzo, pois, a coluna de Arthur Xexéo de hoje (21/10). Nesta, o sempre bem-humorado colunista trata de cinema. E, por isso, acho válida a menção - sem contar as indiretas sugestões de filme.

Me desculpem eventuais distorções na imagem, mas na correria em que me encontro, foi o que de melhor consegui fazer.

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sábado, 17 de outubro de 2009

Os Sonhadores

Os Sonhadores de Bernardo Bertolucci é antes de qualquer coisa uma homenagem aos amantes do cinema. A história é situada em 1968, um ano conturbado politicamente em todo o mundo, onde nos vemos diante de três personagens apaixonantes: Matthew (Michael Pitt), Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel). Estes são três jovens cinéfilos que se conhecem durante as manifestações de Maio de 68 em Paris, contra a expulsão de Henri Langlois da Cinemateca Francesa. Matthew é americano; Isabelle e Theo são dois irmãos franceses, filhos de um casal que prefere não se envolver na atitude “revolucionária” dos filhos. O trio acaba desenvolvendo um tipo de relacionamento que mescla a descoberta da sexualidade e a paixão pelo cinema.

Com um ar libertino, Bertolucci dá vida aos seus personagens e explora suas personalidades através de jogos eróticos de cinefilia, onde simultaneamente mostra sua paixão por inúmeros ídolos do cinema. Jean-Luc Godard é o cineasta mais homenageado do filme. Temos cenas de O Acossado (1959) que aparecem no primeiros minutos do longa e os protagonistas homenageiam o diretor também, ao tentar quebrar o recorde estabelecido pelos personagens de seu Bande à Part (1964), atravessando o Louvre o mais rápido possível, correndo. Godard é referência para Bertolucci, que considera a língua francesa o idioma oficial do cinema. Jean-Pierre Léaud, o ator que encarnou o mítico personagem do cinema francês Antoine Doinel em Os Incompreendidos (1959) (e em outros 4 títulos), filme de Truffaut e marco zero da Nouvelle Vague, aparece em cena original de 1968 lendo um panfleto contra o afastamento de Langlois assinado por Godard e refaz a cena como ficção, mais de 30 anos depois em Os Sonhadores. Além de reproduções de cenas de filmes durante o longa, temos também detalhes como fotos, falas e posters espalhados pelos cenários.

A trilha sonora é excelente, cheia de Rock’n Roll: Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Bob Dylan. Bertolucci move a câmera e usa a música magistralmente. Os personagens às vezes vão para um lado, a câmera para outro. A música sobe em momentos que não deveria ser tão alta e desaparece quando menos se espera, me lembrando outra película do diretor: O Último Tango em Paris, um dos filmes mais intensos de sua carreira. Inclusive, tenho a sensação que estes dois trabalhos se completam de alguma forma.

Como disse Louis Garrel (Theo) em uma entrevista sobre Os Sonhadores: “Antes era sexo, drogas e rock’n roll. Agora é política, cinema e sexo.”

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios



Mais uma vez venho por meio deste deixar meu comentário sobre o trabalho do grandioso Quentin Tarantino. De volta às telas do cinema com Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds*) , este diretor brilhante prova todo seu domínio sobre a sétima arte, deixando para nós vestígios que remetem a grandes obras clássicas e movimentos estéticos cinematográficos.

Ambientada na França ocupada pelos nazistas, a história é composta por duas tramas paralelas, que se cruzam. Shosanna (Mélanie Laurent) que testemunha a execução de sua família na mão do coronel Hans Landa e foge para Paris, passa a viver com outra identidade sendo proprietária de um cinema. Em outro lugar da Europa, o tenente Aldo Raine (Brad Pitt) orgazina um grupo de soldados judeus americanos para colocar em prática uma vingança contra os nazistas.

Tarantino é a mistura de tudo que há de melhor na história do cinema - de Western à Filmes B - fazendo seu trabalho ser primoroso. Assisti Bastardos com a impressão de que me lembrava alguma coisa. E realmente lembrava. A trilha sonora à la Kill Bill, com um toque de faroeste e assovios, diálogos extensos que neste caso especialmente não tem cultura pop como assunto - por ser de época, deixa mais uma lembrança de seu estilo. Não contente, em um momento da película nos deparamos com David Bowie estourando nos nossos ouvidos. Isto ninguém imaginaria em um filme de guerra. Temos ainda a tensão dos personagens, marcadas por closes nos olhos, típico de outros filmes do cineasta.

Brad Pitt, mesmo sendo astro super estimado de hollywood, está fabuloso no papel, arrancando gargalhadas de quem o assiste e causando uma leve nostalgia de seu personagem em Snatch – Porcos e Diamantes. O vilão Hans Landa (Christoph Waltz) é o grande destaque, roubando a atenção quando está em cena. Momento de êxtase é o encontro dos dois supracitados. É simplesmente incrível. Também vale lembrar da atriz Mélanie Laurent (que interpreta Shosanna), que além de ser incrivelmente bonita, nos traz sua presença blasé da nouvelle vague. Arrebentando nos efeitos especiais banhados de sangue – pra variar , figurinos impecáveis e um desfecho inesperado para o conflito da segunda guerra, não temos dúvidas do porque este filme está arrecadando milhões pelo mundo todo, se tornando a melhor estreia do cineasta até o momento.

Obs.: Os posters dessa obra são lindíssimos, fiquei horas para escolher qual seria a ilustração da postagem. Escolhi este e não foi por acaso, mas porque me recorda os posters de "filmes B" que Tarantino é fã. Bastardos Inglórios me remeteu a este aqui.

*Basterds foi escrito com "e" propositalmente. A palavra correta seria com "a".

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domingo, 11 de outubro de 2009

UP - Altas Aventuras

Depois de ter visto Toy Story, Monstros S.A., Procurando Nemo, Os Incríveis e o insuperável Wall-e, pensei nunca mais conseguir ver - pelos menos não tão cedo - nenhuma animação que me deixasse com os olhos marejados de felicidade. Me enganei. Fui ao cinema e me arrisquei na sessão de UP - Altas Aventuras, com o mínimo de esperança de assistir algo arrebatador, mas para minha surpresa esta nova animação da Pixar é surpreendente, engraçada e inteligente.

Com um protagonista nada atraente aos olhos infantis, UP conta a história de um velhinho viúvo, chamado Carl Fredricksen, que passou sua vida em busca de aventura e com o sonho de ir para a América do Sul morar entre as cachoeiras da Venezuela. Já começamos com um diferencial, pois raramente temos personagens idosos em animações e se eles existem são apenas para fazer uma ponta ou para serem vilões. Fredricksen pode ser comparado com Clint Eastwood em Gran Torino, ranzinza que só ele. No entanto, o adorável idoso não poderia levar o filme sozinho e no desenrolar da história ele se depara com um menino chamado Russel, um escoteiro muito dedicado. Não quero contar mais nada além disso, pois os outros que completam o elenco merecem ser descobertos ao decorrer da história. O que posso afirmar é que o filme é extremamente bem executado. Pixar como sempre cria uma obra prima envolvente, dona de uma fotografia maravilhosa com cores bem escolhidas, contrastes perfeitos e bom humor. Up é inteligente, cheio de detalhes da sétima arte, como planos incomuns e cativantes, além de ser poético e delicado. O vilão da história não é dos melhores, porém no saldo final vemos um belo trabalho realizado.

Como brinde temos antes do longa, um curta maravilhoso também da Pixar. Para quem for ao cinema, chegue na hora e não deixe de vê-lo. Imperdível. E leve um lenço para caso o sistema lacrimal entre em ação.

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Trainspotting

Filmes 'junkies' sobre jovens têm a tendência de cair na mesmice. São sempre atos inconsequentes que acabam em grandes tragédias, envolvendo drogas e sexo. Porém, Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?) consegue trazer todo esse tema à tona de uma forma impressionante em Trainspotting (1996).

O filme fala sobre o mundo das drogas, onde temos Mark "Rent Boy" Renton, um viciado que tem um grupo de amigos desajustados: o traficante casual Sick Boy, o fracassado Spud, e Begbie um psicopata violento interpretado por Robert Carlyle, que arrepia no papel.

Trainspotting é dono das cenas mais bizarras e inesquecíveis do cinema: um bebê morto que anda pelo teto, proveniente de uma alucinação do nosso protagonista, ao tentar largar as drogas. A seqüencia de abertura é fabulosa, onde temos Rent Boy correndo pelas ruas narrando em off um discurso maravilhoso "Choose Life" . E pra finalizar a lista, vemos também um mergulho no vaso sanitário na tentativa de recuperar as drogas perdidas. Além dessas "marcas visuais", nos deparamos com as atuações impecáveis de todos os atores.

São ínumeras qualidades que classificam esse filme como um dos melhores dos anos 90, e é essencial o fato de Boyle não tomar partido moral no longa. Trainspotting, é simplesmente o retrato da vida de muitos jovens que caem no mundo das drogas e sofrem pra sair, ou às vezes não pretendem sair. Mostra os limites que o ser humano pode chegar sem apontar o que é certo ou errado. Merece ser visto.

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Perícia técnica - "Uma prova de amor"

Cada vez mais cônscio da distância entre o que me propus a fazer e o que efetivamente faço aqui, sigo escrevendo sei lá eu por que. Talvez só mesmo para treinar. Definitivamente não me passa pela cabeça um dia ser crítico de Cinema. Ser crítico, por si só, já é uma missão e tanta. Crítico de Cinema seria muita pretensão minha. Exige bagagem, base, olho clínico, olhar crítico etc. E isso, terminantemente, não tenho. Tudo – ou quase tudo – de certa forma me é agradável aos olhos, ao ouvido e, finalmente, ao interior – para comprovar, basta que percorram por meus textos. Ser crítico, por essência, é algo muito cômodo. Você não fez nada – e talvez nem mesmo saiba – e simplesmente senta, de forma fria e calculista (num primeiro momento, ao menos), para atribuir valor (pior: na maioria das vezes para subtrair valor) àquela obra que certamente, por pior que lhe pareça, tem seu valor. Parece-me pusilanimidade pura. Não é a minha, confesso. É importante aqui salientar que com este sincero relato não espero, sinceramente, comiseração destes que costumam ler aqui. Por favor! Fiz apenas para legitimar meu texto.

Posto isso e antes de escrever nada além de uma opinião minha acerca de outro filme, peço desculpa aos que eventualmente lêem (perdão novamente: não consigo me adequar a certas regras do novo acordo) este espaço. De verdade.

Esta tarde me comprometi a ir assistir ao belo Uma prova de amor (My Sister’s Keeper*), de Nick Cassavetes, baseado no romance homônimo de Picoult. O longa conta com figuras mais que carimbadas da grande tela, como Cameron Diaz (em sua melhor atuação - que vi até aqui -, fugindo completamente de suas repetitivas e insossas comédias românticas), Jason Patric e Alec Baldwin. É impossível deixar de mencionar as belíssimas atuações dos atores “mirins”. Desenvoltos. Seguros como veteranos. Sofia Vassilieva (foto), sobretudo. Incumbida de retratar a personagem terminal, consegue, sem forçar em momento nenhum, nos transmitir toda a angústia de uma paciente que agoniza e tem de aprender a lidar, ainda jovem, com a morte. Mais do que isso. Lidar com a morte com dia e hora marcados. Sua mãe, Sara (Diaz), super protetora, é capaz de conceber uma filha, fruto de uma fertilização in vitro, para que seja uma doadora compatível de sua irmã.

Afora os inúmeros flashbacks durante quase toda a trama, o diretor conseguiu lidar com uma questão delicadíssima sem que fosse preciso fazer maiores apelos. A história, por si, já tende a pender para este lado dramático. Não há, portanto, necessidade de retoques. Imagino que My Sister's Keeper emocione até o mais gélido dos seres deste planeta – em meio ao sabido aquecimento global, soa até ignorância abordar a temática por esse viés.

* Salvo alguns casos óbvios, confesso me perguntar o por quê de não se preservar o nome original, tal e qual fora concebido, do filme. Alguém poderá argumentar, histericamente, que é possível que não haja a mesma “força” com a tradução literal. Retruco: e lá?, por que tem? Por mais que se faça uma adaptação no literal, mas que o nome seja resguardado. Afinal, assim nomeou – e para tanto perdeu alguns minutos, horas, dias... - o diretor, produtor ou seja lá quem for.

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