Desembarque obrigatório
Concordo plenamente com Ricardo Calil quando diz: "Overdose de filmes nacionais é problema, não solução". No entanto, nem o mais sóbrio dos cenários resistiria a Embarque Imediato, de Allan Fiterman. A (dita) comédia lembra o pior (tem melhor?) da comédia americana, repleto de piadas pueris e batidas além de situações ridículas - como é possível imaginar ao reparar a imagem responsável pela ilustração deste post.
Muito embora toque em questões pertinentes, como o "destino" de nossas vidas e o fascínio de boa parte dos brasileiros em ir - muitas vezes sem saber o por quê - aos Estados Unidos da América, o que se vê não agrada. É claro que este encantamento se explica à luz da "dominação" - aculturação - cultural americana (através de filmes, livros - menos -, músicas e até mesmo os heróis) a que somos submetidos, desde sempre. Querem, sabe-se lá por que, ir à Disney, Nova York. A Europa, por exemplo, não tem tanto prestígio por aqui - se comparado aos EUA, claro.
O ponto alto do filme, como não podia de ser, é a interpretação sempre natural, fácil e à vontade da formidável Marília Pêra, aliada ao talentoso Jonathan Haagensen -oriundo da companhia teatral Nós no Morro. José Wilker, embora ótimo, parece se repetir a cada filme.
Ao embarcar neste vôo de 90 minutos, a impressão que se tem é a de não haver, em momento nenhum, a decolagem. Infelizmente, este aeroporto não admite reembolso.
Marcadores: 2009, Allan Fiterman, cinema nacional, embarque imediato, Jonhatan Haagensen, José Wilker, Marília Pêra
2 Comentários:
Quando vi o poster desse filme pelos pontos de ônibus do Rio de Janeiro a primeira coisa que pensei e comentei foi: Parece filme americano.
Engraçado ler seu post confirmando exatamente o que eu suspeitava.
Sinal de que não falei (tanta) merda. Bacana.
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