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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios



Mais uma vez venho por meio deste deixar meu comentário sobre o trabalho do grandioso Quentin Tarantino. De volta às telas do cinema com Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds*) , este diretor brilhante prova todo seu domínio sobre a sétima arte, deixando para nós vestígios que remetem a grandes obras clássicas e movimentos estéticos cinematográficos.

Ambientada na França ocupada pelos nazistas, a história é composta por duas tramas paralelas, que se cruzam. Shosanna (Mélanie Laurent) que testemunha a execução de sua família na mão do coronel Hans Landa e foge para Paris, passa a viver com outra identidade sendo proprietária de um cinema. Em outro lugar da Europa, o tenente Aldo Raine (Brad Pitt) orgazina um grupo de soldados judeus americanos para colocar em prática uma vingança contra os nazistas.

Tarantino é a mistura de tudo que há de melhor na história do cinema - de Western à Filmes B - fazendo seu trabalho ser primoroso. Assisti Bastardos com a impressão de que me lembrava alguma coisa. E realmente lembrava. A trilha sonora à la Kill Bill, com um toque de faroeste e assovios, diálogos extensos que neste caso especialmente não tem cultura pop como assunto - por ser de época, deixa mais uma lembrança de seu estilo. Não contente, em um momento da película nos deparamos com David Bowie estourando nos nossos ouvidos. Isto ninguém imaginaria em um filme de guerra. Temos ainda a tensão dos personagens, marcadas por closes nos olhos, típico de outros filmes do cineasta.

Brad Pitt, mesmo sendo astro super estimado de hollywood, está fabuloso no papel, arrancando gargalhadas de quem o assiste e causando uma leve nostalgia de seu personagem em Snatch – Porcos e Diamantes. O vilão Hans Landa (Christoph Waltz) é o grande destaque, roubando a atenção quando está em cena. Momento de êxtase é o encontro dos dois supracitados. É simplesmente incrível. Também vale lembrar da atriz Mélanie Laurent (que interpreta Shosanna), que além de ser incrivelmente bonita, nos traz sua presença blasé da nouvelle vague. Arrebentando nos efeitos especiais banhados de sangue – pra variar , figurinos impecáveis e um desfecho inesperado para o conflito da segunda guerra, não temos dúvidas do porque este filme está arrecadando milhões pelo mundo todo, se tornando a melhor estreia do cineasta até o momento.

Obs.: Os posters dessa obra são lindíssimos, fiquei horas para escolher qual seria a ilustração da postagem. Escolhi este e não foi por acaso, mas porque me recorda os posters de "filmes B" que Tarantino é fã. Bastardos Inglórios me remeteu a este aqui.

*Basterds foi escrito com "e" propositalmente. A palavra correta seria com "a".

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2 Comentários:

Blogger Diego Mesquita disse...

Está absurdamente crítica nesse texto - o que, nem de longe, é uma crítica à sua construção. Muito pelo contrário. Acho lindo o conhecimento (sobre todo e qualquer assunto). Fico fascinado de ler/ouvir aqueles que são seguros do que dizem. É um prazer ler suas análises, repito.

E "sinto" lhe informar: foi em vão sua preocupação em pensar o mesmo que o Rodrigo Fonseca. Enalteceu o filme como ele, mas do seu jeito.

Sigo aprendendo daqui.

15 de outubro de 2009 às 00:20  
Blogger Diego Mesquita disse...

Incrível!

Por mais uma vez, o diretor nos dá o prazer de presenciar diálogos inquietantes (e pertinantes!) acerca de coisas aparentemente frívolas, mas que na verdade são apropriadas. Já de início aponta a semelhança dos ratos e dos esquilos e a abissal diferença da nossa relação com ambos.

Permita-me discordar no tocante a interpretações. Christoph Waltz ofusca até mesmo Pitt. Não conhecia esse ator. É fantástico. Tira tudo (e mais um pouco) do personagem. Passa toda a tensão, o deboche e o sarcasmo (genial) do coronel Hans Landa. Fascinante desde o primeiro diálogo até o último suspiro. É tão bom que parece transpor a tela para amedrontar, debochadamente, de todos os espectadores. Em momento nenhum ultrapassa o limite que seu personagem exige. É o ponto alto do filme, sem sombra de dúvidas.

Tarantino usa uma metáfora linda que aponta bem sua opinião acerca daquele episódio deplorável - como são todas as guerras, vale registrar. No momento em que Shosanna (judia) está morta de um lado e Zoller do outro, Quentin me parece demonstrar (e inclusive enfatizar, dado que mostra a cena até mais de uma vez) que ali não havia a relação de vencedores x vencidos - por mais que indiretamente tenha sugerido, à medida que mudou o curso da história. Muito pelo contrário. Numa guerra, seja ela qual for, não há e nunca haverá vencedores. Perde a raça HUMANA, sem qualquer distinção.

Enfim, saí inebriado da sala.

Fantástico.

5 de novembro de 2009 às 22:19  

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