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sábado, 17 de outubro de 2009

Os Sonhadores

Os Sonhadores de Bernardo Bertolucci é antes de qualquer coisa uma homenagem aos amantes do cinema. A história é situada em 1968, um ano conturbado politicamente em todo o mundo, onde nos vemos diante de três personagens apaixonantes: Matthew (Michael Pitt), Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel). Estes são três jovens cinéfilos que se conhecem durante as manifestações de Maio de 68 em Paris, contra a expulsão de Henri Langlois da Cinemateca Francesa. Matthew é americano; Isabelle e Theo são dois irmãos franceses, filhos de um casal que prefere não se envolver na atitude “revolucionária” dos filhos. O trio acaba desenvolvendo um tipo de relacionamento que mescla a descoberta da sexualidade e a paixão pelo cinema.

Com um ar libertino, Bertolucci dá vida aos seus personagens e explora suas personalidades através de jogos eróticos de cinefilia, onde simultaneamente mostra sua paixão por inúmeros ídolos do cinema. Jean-Luc Godard é o cineasta mais homenageado do filme. Temos cenas de O Acossado (1959) que aparecem no primeiros minutos do longa e os protagonistas homenageiam o diretor também, ao tentar quebrar o recorde estabelecido pelos personagens de seu Bande à Part (1964), atravessando o Louvre o mais rápido possível, correndo. Godard é referência para Bertolucci, que considera a língua francesa o idioma oficial do cinema. Jean-Pierre Léaud, o ator que encarnou o mítico personagem do cinema francês Antoine Doinel em Os Incompreendidos (1959) (e em outros 4 títulos), filme de Truffaut e marco zero da Nouvelle Vague, aparece em cena original de 1968 lendo um panfleto contra o afastamento de Langlois assinado por Godard e refaz a cena como ficção, mais de 30 anos depois em Os Sonhadores. Além de reproduções de cenas de filmes durante o longa, temos também detalhes como fotos, falas e posters espalhados pelos cenários.

A trilha sonora é excelente, cheia de Rock’n Roll: Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Bob Dylan. Bertolucci move a câmera e usa a música magistralmente. Os personagens às vezes vão para um lado, a câmera para outro. A música sobe em momentos que não deveria ser tão alta e desaparece quando menos se espera, me lembrando outra película do diretor: O Último Tango em Paris, um dos filmes mais intensos de sua carreira. Inclusive, tenho a sensação que estes dois trabalhos se completam de alguma forma.

Como disse Louis Garrel (Theo) em uma entrevista sobre Os Sonhadores: “Antes era sexo, drogas e rock’n roll. Agora é política, cinema e sexo.”

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2 Comentários:

Blogger Diego Mesquita disse...

Sua segurança - fruto de sua evolução nítida - me espanta. Sinto-me inebriado. De verdade.

Bela análise, apesar de eu não ter visto esse filme, também. Mas é questão de tempo. Pretendo comentar (só aqui pelos comentários, óbvio) todos esses filmes após assisti-los pra ver onde discordamos.

Parabéns, amante do cinema. Esse filme, como li na sua crítica, é, pois, uma homenagem a ti.

18 de outubro de 2009 às 22:58  
Blogger Unknown disse...

Excelente filme. Novamente Bertolucci ocupa o padrão cinéfilo entre sexo e política. Os Sonhadores é uma história interessante e cativante amor diretamente ligada ao contexto político-cultural aconteceu na primavera de '68 tumultos na cidade de Paris, capturando perfeitamente cenários e ambientes. Uma fita sedutor, com um grande elenco sobre todos os atores de cinema Eva Green (Isabelle) e Louis Gardel (Theo), surpreso com a simplicidade e graça encarnado quando alguns personagens e complexo coloridas, como Michael Pitt, que, completando o trio, e ao abrigo de um apático, alucinado enquanto aparentemente atira trabalho com interpretação meticuloso, embora às vezes um pouco inútil. No geral, é um drama de amor cheio de ideais e descobertas que adora o cinema.

4 de dezembro de 2014 às 17:09  

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