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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A novidade da estação - "Besouro"

A temática enfim e, por incrível que pareça, mudou. por isso já mereceria todo júbilo. Besouro é decerto diferente de tudo já visto por aqui - atentem: digo isso no ápice da minha ignorância cinematográfica (leia-se ínfimo repertório), admito. Portanto, se porventura eu estiver falando alguma sandice, me corrijam.

Nosso país tem uma história abundante. É entristecedor constatar, portanto, que nos limitemos a explorá-lo sob a ótica do maniqueísmo, da apelação sexual e, vez ou outra, de um longa cabeça.

Conquanto explorada a esmo em telenovelas, a escravidão na grande tela creio não ter sido tratada. Bem como o candomblé e menos ainda a belíssima história da capoeira - a genuína arte afro-brasileira. E é notável que esta o diretor estreante João Daniel Tikhomiroff tratou com propriedade.

Besouro é ousado - arrisca-se através de efeitos especiais nunca vistos em terras tupiniquins. Ainda que alguns deles primários, é verdade. Como os vôos do protagonista. Dada a esta condição de primariedade, teria sido mais interessante 'cortar as asas' do personagem. As lutas, por exemplo, são mais eficazes, verossímeis e bem-feitas. Tudo dirigido por Huen Chiu Ku, o mesmo coreógrafo de Kill Bill e O
Tigre e o Dragão.

Atuação destacada tem Irandhir Santos (Viajo porque preciso, volto porque te amo), ator pernambucano, na pele do vilão Noca. Soberbo. Fascinante. Fantástico. A canção-tema é assinada pelo não menos incrível Gilberto Gil. A fotografia também merece menção. Preserva todas as belezas atordoantes das regiões baianas. Pano de fundo imprescindível.

Dado o primeiro audacioso passo para o 'novo', a indústria cinematográfica nacional parece querer despontar. Para tanto, basta que o povo - razão maior para a produção - compre esta briga. Desola notar a irrisória presença de público em filmes nacionais - é bem verdade que sempre opto por horários alternativos para a apreciação, mas, ainda assim, até então não li nada significativo no que diz respeito à arrecadação da obra do publicitário Tikhomiroff. A grande produção Lula, O Filho do Brasil vem aí e espera-se contar com a força deste povo que concede a este presidente a maior popularidade entre os presidentes, desde a redemocratização, segundo apontou outrora uma pesquisa da Folha de S. Paulo.

Paro por aqui, afinal este blog pretende-se algum laconismo. O que não foi alcançado. Não desta vez.

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1 Comentários:

Blogger daparafuseta disse...

O filme é fantástico! Digno de viajar pelo mundo levando o nome do Brasil nas costas. Só trocaria o Gilberto Gil e seus " uh uh uh iá iá iáaa" por outra trilha. (implicância mesmo). Uma coisa que achei um pouco fraca foram os diálogos do filme. Mas no geral é muito bom mesmo! Pensei que não fosse estar viva para ver uma nova linguagem/temática (decente) nas telas do cinema brasileiro. Ainda bem que me enganei. Espero um dia estar nesse grupo que faz um cinema diferente nesse país.

15 de novembro de 2009 às 13:00  

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