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sábado, 21 de novembro de 2009

Closer - Perto Demais

Por sorte, ultimamente tenho sido surpreendido com uma constância inesperada. A obra a ser tratada, por certo, figura entre as surpresas supramencionadas.

Closer foge completamente ao gênero a que se intitula pertencer. Está distante das comédias românticas rasas expelidas – com deplorável freqüência – por diretores e roteiristas tão medíocres quanto seus registros cinematográficos.

A obra, dirigida por Mike Nichols – detentor, não por acaso, de quatro das maiores premiações possíveis: Grammy, Oscar, Tony e Emmy –, exige muito além da descontração contumaz em trabalhos do gênero. Diálogos inteligentes, inquietantes e sarcásticos norteiam Closer – Perto Demais. O diretor alemão ainda ensina como se faz uma obra que aborda (e muito) o sexo – tendo, inclusive, uma personagem stripper – sem que se recorra a apelações. Para que possam mensurar aqueles que ainda não apreciaram a obra em questão: durante os 58 min. de exibição, não vemos nada além do que geralmente vemos em praias da cidade – excluem-se, aqui, de modo óbvio, praias de nudismo ou mesmo aquelas onde é liberada a prática do topless. Nichols prima pela sensualidade e acerta – hão de convir que melhor do que mostrar deliberadamente é o charme de, sensualmente, omitir.

Mike Nichols acerta, ainda, na escolha dos quatro protagonistas. Atuações impecáveis de Jude Law, Júlia Roberts, Clive Owen e Natalie Portman.

Por fim, há de se notar, obrigatoriamente, o que sugere, não à toa, a capa do filme. Todos os personagens com metade da face revelada apenas. Mais uma vez recorrendo às profundezas do auge da minha ignorância, entendo que estes lados não relevados, portanto obscuros, são pedaços incognoscíveis, sobretudo dos próprios detentores destes que vão, pois, à procura da metade de SUA (licença para o grifo, mas se não atentarem para o pronome minha opinião aparentará óbvia, quiçá juvenil, demais) própria face, antes de tudo, em um longo e ininterrupto exercício de autoconhecimento. A instabilidade (inerente à raça humana, creio eu) dos personagens sustenta o meu delírio.

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2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Assisti "Closer" com alguns amigos e depois, assisti várias vezes mais, sozinha. Algumas frases contidas nele são ótimas. Exemplo:

"Sim, eu teria te amado para sempre. Agora, vá!"
...
"Ele parece com você, só que mais doce."
...
"Você já viu um coração humano? Parece um pulso, envolvido em sangue."
...
Em um diálogo da Alice com o Dan, ele indaga:
Dan: - O que faz quando não ama mais?
Alice responde:
- Eu não te amo mais. Adeus!

Bem, eu tenho frases deste filme - e de outros - num caderno.

E sabe o que me chama a atenção em "Closer"? A ironia. Um exemplo é um outro diálogo ÓTIMO da Alice com a Dan é:

Alice: Eu não como peixe.
Dan: Por quê?
Alice: Eles mijam no mar.
Dan: As crianças também.
Alice: Eu também não como crianças.

P.S.: Jude Law dispensa comentários.

Enfim, excelente!

26 de novembro de 2009 às 20:10  
Blogger daparafuseta disse...

este aí faz parte do meu top 5.

27 de novembro de 2009 às 21:15  

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