Depp no País do Desperdício

Johnny Depp está para Tim Burton assim como Marco Nanini (ou Andréa Beltrão) está para Guel Arraes. A comparação que de início pode soar idiota, é sustentada em fatos. Depp participou de, pelo menos, seis produções de Burton – até este instante que escrevo. Desde Ed Wood (1994), A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (1999) tropeçando por coisas (!) como Sweeney Todd até o bobo Alice no país das maravilhas (Alice in wonderland, no original) - mais recente trabalho da dupla.
Em Alice..., Burton faz uma fraca releitura da obra de Lewis Caroll, a qual, não raro, causa decepção àqueles que ansiavam pela estreia. A obra é vazia, rasteira e previsível. O diretor me parece usar (o excelente) Depp como escudo para que seus devaneios artísticos alcancem alguma notoriedade. Neste último trabalho, pouco se exigiu do premiado ator - que insiste em aceitar papéis deste porte. Perde o cinema.
Ademais, retomando as comparações feitas no início deste texto, afirmo sem medo de errar: entre as dobradinhas que citei, prefiro a nacional. Que me desculpem os americanizados.
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