Heleno - O príncipe maldito
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Salve-se quem puder! O Mistério de Natalee Holloway (Natalee Holloway) é uma das maiores bombas dos últimos anos. Piadinhas infames a parte, o filme traz tudo de pior que pode haver, exceto pelo argumento, mas que de nada adianta se as outras partes não se encaixam.
Baseado em fatos reais, a trama gira em torno de Natalee Holloway, que, após uma viagem de formatura para Arruda, é sequestrada e, desde então, não tem se tem mais notícias da garota. A partir daí chega mãe, pai, padrasto, imprensa, polícia e etc. na tentativa de obter respostas.
Com uma história envolvente, o resultado tinha tudo para ser, no mínimo, satisfatório, mas nem isso acontece. A película dirigida por Mikael Salomon começa por mostrar, de maneira frustrada, a rotina de Natalee e suas amigas, em cenas de dar inveja a qualquer filme de Hannah Montana. Um equívoco enorme.
O pior fica por conta da mãe, Beth Holloway-Twitty (Tracy Pollan), e sua tentativa de encontrar a filha. Juro que li na capa do DVD que a atuação dela era digna de elogios. Na mesma hora pensei que havia alugado o filme errado, mas não, era a mesmo Tracy Pollan, fazendo um desserviço enorme ao cinema, em cenas de dar pena...ao telespectador. Tracy tem uma atuação muito abaixo da média, mas ainda sim anos luz a frente do elenco secundário.
Ainda vale citar a desenfreada e irritante choradeira da personagem Beth Holloway-Twitty, os diálogos medíocres e monólogos de Tracy Pollan, no melhor estilo novela das nove. Um festival de erros. Não preciso nem comentar a direção amadora de Mikael Salomon, que evidentemente é uma afronta ao bom gosto.
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Como não se emocionar com filmes que retratam o Holocausto? Em Amor e Ódio (La Rafle) não é diferente. Talvez este ainda seja o principal motivo pelo qual ainda existam filmes sobre a Segunda Guerra Mundial e suas diversas histórias - marcadas, principalmente, pelas atrocidades dos nazistas com relação aos judeus -, afinal, não há mais muito que contar. Este fato histórico é provavelmente um dos mais adaptados para o cinema.
É preciso então focar em outros segmentos, como por exemplo, as atuações ou acontecimentos específicos, mas a ponto de tocar cada um que assiste. O filme dirigido por Roselyne Bosch trata designadamente da difícil vida dos judeus na França no ano de 1942, e ainda contrasta com a rotina prerrogativa de Hitler. Tudo isso de uma forma extremamente competente.
Além do roteiro bem desenvolvido, os atores são os que mais contribuem para o sucesso do filme. Jean Reno dispensa comentários, e o elenco de coadjuvantes também é um grande trunfo. Mas quem brilha mesmo é Melanie Laurent! Suas lágrimas sinceras – vistas também recentemente no excelente O Concerto – dão a devida qualidade ao clímax e epílogo do filme. Sem sombra de dúvidas uma das maiores revelações do atual cinema francês.
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Brilhante, mil vezes brilhante. Não tem nada a ver com ser fã de Almodóvar, mas sim em reconhecer a genialidade de alguém. Significa afirmar a qualidade de um diretor que está a algum tempo produzindo e ainda consegue nos surpreender com injeções de novidade. Que experiência maravilhosa foi assistir A pele que habito. Eu sei que estas palavras estão carregadas de paixão, mas não há como escrever de outra maneira. Dessa vez, Almodóvar carrega sua paleta de cores para um tom mais sombrio onde predomina o azul – já muito usado em filmes policiais – e o vermelho que é sua marca registrada. A mulher continua sendo uma figura insubstituível, mas aqui não importam mais os gêneros, vamos além, no que há de mais profundo no ser humano. O amor, a vingança, a ambição lutam por seu espaço.
Durante a trama visitamos o passado do protagonista interpretado por Antônio Banderas e a partir dos flashbacks podemos enxergar o presente com mais clareza. Cada volta ao passado muda completamente a perspectiva sob a história e isso torna o filme muito emocionante. O público vai ficando cada vez mais íntimo da película, deixando sua superfície e revelando aos poucos a escuridão desta novela de Thierry Jonquet. O passado do brilhante cirurgião plástico é assombrado por uma tragédia e a partir daí ele passa a se dedicar à criação de uma pele sintética resistente a qualquer tipo de dano. Para isso ele mantém presa em sua mansão uma paciente que é vítima desta obsessão e testes incessantes.
Não contente em se inspirar na novela de Jonquet, o diretor faz referências pontuais, colocando em seu cenário uma Vênus gigantesca – representação clássica da mulher ao longo da História da Arte –, especificamente a “Vênus de Urbino” pintada por Tiziano, um dos grandes nomes do Renascimento. Não obstante, coloca ao lado do clássico renascentista a artista Louise Bourgeois* (1911 – 2010) que explora em seu trabalho (brilhante) as subjetividades do “eu”.
A parte técnica de Almodóvar é sempre impecável, salvo os filmes de começo de carreira que seguiam uma linha underground por motivos óbvios. Este texto merecia ser detalhado devido a grandiosidade da obra. Entretanto, paro por aqui na esperança que os que me lêem e ainda não puderam assistir, assistam e consigam atingir o mesmo grau de excitação que eu alcancei. Fica aqui este comentário minúsculo acerca da imperdível obra-prima criada pelo diretor espanhol.
*Louise Bourgeois está exposta no MAM (Rio de Janeiro) no período de 16 de setembro a 13 de novembro de 2011. Vale a pena conferir.
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