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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O retorno de um herói

O retorno de um herói (Taking Chance, 2009), de Ross Katz, é mais uma das lamentáveis “obras-justificativa” (com o perdão do silogismo) americanas para legitimar, a maciça presença no Iraque – um dos países do “eixo do mal”, conclamado pelo então presidente George W. Bush.
A obra (biográfica) trata basicamente da peripécia e burocracia em escoltar um ex-combatente, morto em guerra, até sua cidade natal. O Tenente-coronel Michael Strobl (Kevin Bacon) se encarrega, voluntariamente, de escoltar o corpo de Chance Russel Phelps. Ainda que trate exaustivamente desta jornada, Taking Chance não chega a ser cansativo, mesmo porque essa é uma das características do cinema norte-americano, segundo conclusões do cineasta e teórico russo, Lev Kulechov, quais sejam: “o sucesso do filme americano se deve ao ritmo rápido de sua montagem”. Muito embora eu não acredite que a obra aqui abordada tenha sido e/ou venha a ser um sucesso, o traço característico da montagem pode ser observado ao longo da trama.

Através de seguidos apelos emotivos (as crianças me parecem a maior prova disso – em minha opinião, covardia tamanho apelo), o filme tende a nos levar à compreensão única de que os americanos não são nada além de meras vítimas de todo o processo; quando, na verdade, tomamos conhecimento de difamações, alegações totalmente equivocadas acerca do Iraque (pelo governo à época vigente), como a de afirmar (novamente para justificar!) que o país iraquiano tinha armas de destruição em massa – o que fora desmentido depois.

Talvez para não soar totalmente inverossímil, há uma passagem que um amigo dos militares que foram ao Iraque, pondera ao oficial Michael Strobl, rapidamente, mas com uma ressalva: “Eu tenho que ser honesto / Sem ofensas, mas... / Eu não entendo o que estamos fazendo lá”. Fora isso, não há qualquer refutação. Só o que podemos ver é: patriotismo exacerbado (ufanismo), solidariedade à vítima etc. No fundo, se analisarmos friamente, é natural que tenha sido assim, dado que a obra tinha um objetivo muito claro: vitimizar, sobretudo e através da homenagem póstuma a Chance Russel Phelps, a nação estadunidense.

O que Kulechov não previu (até porque não havia mesmo como prever) foi que os subterfúgios são tal qual o ritmo da montagem, comuns características dos americanos há algum tempo para legitimar suas lastimáveis ações, que não se sustentam sob ótica nenhuma.

Lamento por Kevin Bacon, ator renomado com importantes indicações – uma delas inclusive ao Globo de Ouro, por sua participação em Rio Selvagem (1995) –; e que admiro, ter se submetido a esta farsa – ainda que tenha sido mais uma louvável atuação no papel do oficial Strobl.

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1 Comentários:

Blogger daparafuseta disse...

aposto que foi ver esse filme pelo Kevin...
hahaha
eu não sei se sentarei pra assistir esse, como já fiz com alguns que você postou aqui...
quem sabe um dia.

"segundo conclusões do cineasta e teórico russo, Lev Kulechov, quais sejam: “o sucesso do filme americano se deve ao ritmo rápido de sua montagem”." OH RAPÁ!
HAHAHA

gostei!

7 de setembro de 2009 às 20:02  

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