Era uma Vez no Oeste
Era uma vez no Oeste acaba de entrar pra minha lista de melhores filmes já vistos. Do diretor Sergio Leone, essa obra prima é obrigatória na vida de qualquer amante do cinema que se preze. Este western de 1968, conta com a ilustre presença de Henry Fonda que encarna um assassino com apáticos olhos azuis, chamado Frank; Charles Bronson no personagem “sem nome” que é referido como “Gaita” (ou Harmônica, dependendo da tradução) por carregar consigo o instrumento e tocá-lo ao longo do filme, embalando a trilha que com certeza fica na sua cabeça por um bom tempo. Esses dois sujeitos são essenciais no desenrolar da trama, que traz também Claudia Cardinale (8 1/2) com sua beleza ímpar e Jason Robards (Magnólia).
Com os impressionantes 165 minutos de duração, o longa é uma obra de arte digna de contemplação. O filme foi colorido com a técnica Technicolor e as cores desempenham papel fundamental na construção da história, pois os olhos coloridos dos atores têm grande importância para elucidação dos fatos narrativos. É através de grandes sequências e planos muito bem pensados que Sergio Leone vai fornecendo informações que são importantes para o fim. Os closes são utilizados como trunfo pelo diretor que explora a dramaticidade implicada nesse plano e a atmosfera psicológica dos personagens. Como um quebra-cabeça, os personagens vão se organizando nos planos abertos e atingem formações quase sempre simétricas, dignas de uma pintura ou fotografia. Poderia me alongar, pois essa obra é rica em detalhes que merecem ser explorados, porém a crítica deve ser sucinta.
Antes de terminar, gostaria ressaltar a sequência inicial que merece ser observada com carinho e que foi em grande parte responsável por toda a atenção que dei ao filme. Nunca vi alguém filmar tão bem o vazio de uma espera. Woody Strode, Jack Elam e Al Mulock esperam o trem e Sergio Leone consegue filmar o “nada” com maestria. Uma mosca e uma goteira são os “protagonistas” desse tempo sem acontecimentos, traduzido em uma sequência espetacular que é um deleite pra quem assiste.
Marcadores: 1968, Era uma vez no oeste, Sergio Leone, western
1 Comentários:
Quem diria... do Curso do John Ford para o Era uma Vez no Oeste, em tão pouco tempo. Não podia estar mais orgulhoso! rs
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